A Deusa Kamala é a décima e última das Mahavidyas dentro da tradição do Shaktismo e Tantra. Dentro da tradição Tântrica, acredita-se que Kamala seja uma forma de Lakshmi, a deusa da prosperidade e fertilidade.
A palavra Kamala significa lótus.
A Deusa Kamala também é conhecida como Kamalatmika em sânscrito, que significa aquela que habita em lótus.
Tanto Kamala quanto Lakshmi têm raízes nas tradições védicas. Lakshmi aparece em vários textos que detalham seu papel como consorte do Senhor Vishnu, o preservador do universo. Por outro lado, os textos tântricos descrevem Kamala como uma das Dez Mahavidyas que representam a forma definitiva (e Tântrica) de Lakshmi.
ICONOGRAFIA
A Deusa Kamala é retratada com quatro braços. Esses braços representam sua habilidade de conceder várias bênçãos e sua natureza abrangente. Em duas de suas mãos, Kamala segura flores de lótus, uma de suas mãos está no Abhaya Mudrá (O abhayamudra é um gesto de tranquilidade e segurança, que dissipa o medo e concede proteção divina e felicidade no hinduísmo, no budismo e em outras religiões indiana, a mão direita é levantada até a altura dos ombros, com a palma voltada para fora e os dedos apontando para cima. A outra mão dela está no Varada Mudrá (O Varadamudra ou Abheeshta Mudra é um gesto simbólico que aparece na iconografia das religiões indianas e simboliza a distribuição de benefícios. É representado pela palma da mão voltada para fora, com os dedos estendidos e apontando para baixo).
Kamala em suas representações é dourada na pele; esse tom dourado dela é uma representação direta da associação da deusa com o ouro, sendo um metal precioso e incorruptível, significa a luz que Kamala, acredita-se, irradia. A deusa também é retratada com elefantes jogando água, este ato simboliza o derramamento de bênçãos. Ela também aparece adornada com roupas e joias que representam um status de beleza e divindade. O fundo em suas representações geralmente mostra paisagens exuberantes e lagos de lótus.
Lakshmi na mitologia Hindu é vista como uma esposa submissa, sempre desempenhando seus deveres de esposa para seu marido Vishnu, já sua forma tântrica, como Kamala, é retratada como mais independente e feroz.
A associação da Deusa Kamala com a flor de lótus é particularmente importante no Tantra, pois o lótus cresce em águas lamacentas, mas se eleva acima delas para florescer na luz do sol, simbolizando a jornada da alma em direção ao despertar espiritual.
Kamala, a décima Mahavidya, é uma divindade fascinante, que inspirou meu nome "tântrico", o qual escolhi devido a sua belíssima representação e iconografia, que ocupa um lugar único na espiritualidade Hindu.